Aqui é Meu Lar conta a história da Vinícola Tonini fundada pela família na Linha Jacinto em meados dos anos 80


Para contar a história da Vinícola Tonini, é preciso trazer um fato que aconteceu na origem da família Tonini. Giovanni Tonini, filho de Pietro e Lúcia, chegou ao Brasil em 1875, vindo do norte da Itália, regiões do Vêneto, Trintino e Friuli. Durante a travessia do oceano, o imigrante conheceu Josefina Brufatti, que havia perdido seu marido Bortolo Durigan, ao morrer durante a viagem de navio. Na descida do barco em Porto Alegre, Giovanni passa a viver com a viúva, quando recebe uma gleba de terra de 24 hectares na Linha Jacinto. Junto com a terra, foram lhe dadas algumas ferramentas para começar plantar e desbravar as montanhas e matagal.

O casal constitui família tendo seis filhos, cinco homem e uma mulher. No entanto, a febre amarela acabou vitimando fatalmente Giovanni aos seus 48 anos de idade. Josefina, viúva, procurou membros de sua família, Durigan, que havia se estabelecido em Nova Bassano, na região do Planalto, deixando em Linha Jacinto, um de seus filhos, Pedro Tonini. Aqui, a história tem mais um desdobramento, Pedro, que ficou na Linha Jacinto, foi presenteado com meia colônia de terra de um vizinho que possuía muitas áreas e acabou doando essa quantia para ele, quando se casasse.

Assim, Pedro contraiu matrimônio com Rosa Biazus, mas a terra que ganhou era insuficiente para o plantio. No entanto, seu sogro, Victor Biazus, estava com a intenção de ir morar em Pinto Bandeira, foi quando fez a proposta de vender suas duas colônias para o genro, na Linha São José, mas como Pedro não dispunha do dinheiro para pagar, o sogro facilitou a dívida, recebendo em parcelas.

Pedro Tonini teve cinco filhos homens e duas mulheres. Entre eles, José Ângelo Tonini, que se casou com Gema Tumelero, pais de Natalino Tonini. Ele comprou um terreno na Linha 24 de Maio, mas ficou morando em São José. Mais um fato, dolorido na família, José Ângelo Tonini, aos 27 anos perde um dos braços, as pernas e a fala, devido a um enfarte, como consequência, fica cerca de oito anos com sérios problemas de saúde. Natalino tinha 11 anos na época. Ele conta que aos 14 anos junto com outros moradores da comunidade, sentiram a necessidade de criar alguns espaços de lazer na capela, foi quando o prefeito Avelino Maggioni, decide ajudar construindo um campo de futebol na Linha Santo Antônio, para que os jovens pudessem ter diversão. Natalino lembra que levava o pai junto, para amenizar o trabalho da mãe que tinha que cuidar dele por conta de suas limitações físicas.

Em 1979 a família compra uma propriedade da família Marmentini, hoje proprietários da Biamar, na capela Santo Antônio, onde mora um de seus irmãos. Em 1980 os Tonini compram a propriedade Aldérico José Giusti, com uma pequena vinícola, onde Natalino reside atualmente. Uma nova área foi comprada dos primos na capela São José, onde era o reduto do avô de Natalino e lá mora um dos irmãos, outros dois moraram na casa paterna, na Linha 24 de Maio.

A Vinícola Tonini foi fundada pelos irmãos Natalino, Pedrinho, Zulmir, Inácio, Sérgio e Sadi. Começa ser construída em 1983, com pipas de madeira para a elaboração do vinho. Em 1986 teve sua primeira safra vinificada com uvas cultivadas nos próprios vinhedos. Em 2001 os produtos da marca Tonini foram lançados ao mercado. A Vinícola já produzia dois milhões de litros da bebida, mas a venda era à granel, com destino aos mercados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No entanto, o preço não era atrativo e o produto que saia natural da Linha Jacinto, sofria adulteração nas mãos de terceiros no centro do país. A empresa dá mais um passo, em 2014, inicia o engarrafamento de vinho. Foi quando o sobrinho de Natalino, Tiago, decidiu se formar em Enologia para trabalhar na empresa.

Com o passar do tempo as leis do Ministério da Agricultura, foram se tornando mais exigentes para o processo de engarrafamento de vinhos, Tiago deixa a Vinícola. Mais tarde o pai dele também sai e vende sua parte para Natalino. Como nem um dos irmãos estava mais na sociedade, ele decide envolver os filhos, Fernando e Fernanda (Enóloga), que entram como sócios. A partir dai, Natalino Tonini, juntamente com sua família, no dia 26 de maio de 2015 concretiza a continuidade da Vinícola, com seus sucessores e sócios, ambos com propostas inovadoras, embasadas no desejo de elaborar produtos nos quais se expressa o amor e o carinho pelas videiras e a arte de elaborar vinhos com alegria e prazer.

A Vinícola Tonini está localizada em um vale entre as montanhas da Linha Jacinto, a 24 km do centro de Farroupilha. A empresa produz vinhos jovens, 100% varietais, de mesa, finos, espumantes e sucos. A Vinícola é uma empresa com origem familiar, com tradição vitivinícola mantida viva há gerações. A uva para a elaboração das bebidas é fornecida pelos irmãos de Natalino, de acordo com a necessidade da empresa. Ele possui apenas três hectares e meio de parreira, insuficiente para atender o volume de produção que chega a um milhão e trezentos mil  litros de vinhos elaborados nos tanques de inox. A Vinícola também elabora parte de seus vinhos para a Vinícola Campestre, Urussanga em Santa Catarina e Erechim.

Os rótulos são processados em garrafãos, frascos de 750ml e 2L e uma empresa de Flores da Cunha, também, recebe uva para elaboração e engarrafamento do suco para a Tonini. Já na linha dos espumantes Brut e Moscatel é enviado o mast da uva para a Cooperativa São João produzir a bebida. Para a Vinícola atingir sua meta anual, são necessários cerca de um milhão e duzentos quilos de uva. A venda da bebida acontece em Porto Alegre, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Belém do Pará.

Natalino conta que a família sempre teve a tradição de produzir vinhos, lá no início era basicamente para consumo da família. Naquela época sem o maquinário para a produção do vinho, se usava amassar a uva com os pés. São métodos tradicionais que ficaram para trás e estão condenados a serem esquecidos, não chegarem ao conhecimento das novas gerações. Por isso, ele planeja montar um museu junto à Vinícola para mostrar como se produzia vinhos naqueles tempos. Em um dos compartimentos do prédio da cantina, ele guarda uma grande quantidade de peças e ferramentas antigas, que futuramente farão parte do museu.

Assim a Vinícola Tonini entra na lista das grandes empresas familiares na Serra gaúcha, com a produção de vinhos, espumantes e sucos de excelência. A produção de vinho na Linha Tonini Essence: traz o que há de melhor, em cada degustar, revela-se camadas de frutas escuras, notas sutis de especiarias e muito mais em cinco experiências fantásticas: Teroldego, Cabernet Sauvignon, Merlot, Moscato Giallo e Malbec Rosé.

Já nos espumantes, a essência também está presente no Moscatel, Moscato Rosé, Brut e Brut Rosé da Linha Essence. Os espumantes da Linha Tonini Essence possuem perlage fina e persistente, aromas delicados e agradáveis, com acidez marcante em equilíbrio com corpo do produto, finalizando com acentuada persistência de boca. A Linha Essence conta também com tamanhos diferenciados nos vinhos Merlot e Cabernet Suavignon, ampliando suas possibilidades de degustação e harmonização com seus pratos diferenciados.

Na Linha João Tonini os vinhos de mesa, são elaborados com uva americanas 100%. Lorena Niágara Seco e Suave, diferenciam-se por apresentar o perfume natural da uva, com aroma e paladar agridoce, proporcionando um toque suave para suas taças. Em embalagens de diferentes litragens, nas opções Niágara Seco, Bordô Seco e Suave são excelentes vinhos para harmonizar com seus pratos especiais de culinária e até mesmo como acompanhamento de pratos à base de frutas ou molho agridoces bem como sobremesas em geral.

Para o Suco de Uva Integral, os sucos de uva da Tonini já fazem parte do dia-a-dia daqueles que gostam de um sabor natural e integral. Elaborado com uvas de qualidade superior e sem adição de açúcar, nas opções de Uva Branca 1L e 300ml e Uva Tinto 1L,5L e 300ml.

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Galeria de fotos: Rafaela Vargas e José Theodoro

Escrito em 15/11/2024
Zé Theodoro