Programa Aqui é Meu Lar visita Vinícola Colombo que preserva história da família há três gerações na Capela São Roque no interior de Farroupilha


Vinda da Itália a família Colombo instalou-se em São Roque – 4º Distrito do município de Farroupilha. Neste local, começaram a cultivar uvas, atividade até hoje efetuada com dedicação por seus sucessores. A Vinícola Casa Colombo é uma empresa familiar de origem italiana que criou raízes no interior do município. Com o passar do tempo, além do vinho, a Colombo passou a oferecer também estadia em uma casa centenária em meio à natureza, integrando o Projeto Turístico Caminhos de Caravaggio.

Essa história começa em 1917, quando Augusto Colombo e sua esposa Helena Cirone, compraram a propriedade que hoje está nas mãos da terceira geração. Mas antes, Ori Colombo, um dos 13 filhos de Augusto, se casou com Renilda Mazuchini Colombo, constituiu família e assumiu a propriedade. O casal deu continuidade a produção de uva e na elaboração de vinhos que eram comercializados na cooperativa, atividade desenvolvida até a década de 80. Antônio Colombo é um dos três filhos de Ori, que decidiu dar continuidade a vocação do pai. Após se casar com a professora Rosane Tomazini, seguiu o ofício sozinho enquanto ela trabalhou até 2018, como docente, mas ao se aposentar assumiu com o marido a atividade agrícola.

Um marco determinante para a ampliação e a decisão definitiva para transformar a propriedade em um negócio mais rentável, foi o convite para participar do Projeto Caminho de Caravaggio, em 2018. Neste momento, conta Antônio, já estava sendo reformada a casa centenária dos avós, desde 2015, mas em junho de 2019 inicia a atividade de hospedagem, incorporando a Vinícola, que já produzia vinhos e sucos. Neste período a Casa Colombo enfrentou a pandemia do corona-vírus e as enchentes de abril deste ano, mas desde 2019 até março de 2024, foram mais de três mil hospedes, oriundos da peregrinação.

A atividade com a parreira ainda segue, na elaboração de vinhos, aliada à hospedagem e em função desse tipo de acolhimento, fez-se necessário a construção de um espaço para o serviço de cozinha, que oferece alimentos aos peregrinos dos Caminhos de Caravaggio, assim como locação para eventos.

No entanto, a história da Casa Colombo, como Cantina, começa em 1932, com seu avô Augusto, que já vinha elaborando pequenas amostras de vinhos para consumo da família e o fornecimento de uma média de três mil litros para a cooperativa. A empresa amplia sua produção para 40 mil litros na década de 60. Na década 90 a Cantina passa a produzir uma média anual de 600 mil litros de vinhos, com capacidade de produzir a metade com uva própria e o restante era completado com a aquisição de outros produtores.

Hoje o maior volume da produção é com o vinho de mesa, com o bordô, niágara e isabel, com uma pequena quantidade das viníferas, moscato e cabernet, que mais tarde se agrega ao taná e merlot. Desde 2021, entrou na produção de vinhos viníferas as variedades Chardonnay e marselan, porém, em volumes pequenos. Atualmente a Cantina diminuiu a produção por safra, chega a 80 mil litros, sendo que parte da uva vem dos próprios parreirais. Parte do vinho é envazado com a marca Dom Guilherme, assim como os de mesa e o suco de uva. Porém, os espumantes e os vinhos finos, são engarrafados com a marca Antônio Augusto Colombo. Mas, tem outro volume que é vendido a granel para outras cantinas que acabam envazando com marcas de terceiros.

A Cantina está localizada dentro de uma área de 15 hectares, sendo que em torno de três hectares são utilizados para o cultivo da uva, maior quantidade para o bordô. A área de construção compreende 700 metros quadrados que tem capacidade para produzir em torno de 300 mil litros de vinhos, nos tanques de madeira e inox.

Envolvimento da família

Laura Colombo é a caçula da família e estuda Odontologia na Universidade de Caxias do Sul (UCS), porém, divide seu tempo de estudo com a função de administrar o serviço de Enoturismo, guia e as experiências da Casa, que o levou inclusive, fazer um curso de Sommelier, embora inicial, para melhor atender os visitantes com informações sobre os produtos, história e interação com o público que chega à casa. Ela também cuida das redes sociais, administra os eventos e orçamentos. A família ainda conta com a Fernanda que é design de interiores, mas também ajuda, principalmente, nos eventos. O irmão Felipe, atua na área da Odontologia e participa com a família nas decisões, pois trata-se de uma empresa familiar.

Ela vê com grande expectativa o futuro do negócio, pois relata que antes a produção era voltada para o vinho a granel, quando o cliente final não chegava até a Cantina. Com a entrada no projeto, a empresa reduziu esse tipo de produção e passou a elaborar vinhos envazados com rótulos da Vinícola e atender o público no local. Desta forma a Casa Colombo está focada em receber o cliente para que ele conheça a história da empresa e os espaços, deguste os produtos e adquira as marcas oferecidas. Ela aposta na expansão do Enoturismo e da hospedagem oferecida pela Casa. Também, a abertura de um espaço para eventos, está no radar da família como um dos negócios que vai alavancar o faturamento e a ampliar a excelência da Vinícola Colombo.

A fé em Nossa Senhora do Caravaggio

“Eu acredito muito em Nossa Senhora de Caravaggio. Ela estava me mostrando qual o caminho que eu deveria seguir, porque eu tenho a casa dos avós e ela estava bem danificada e precisava ser arrumada. Parecia que eu tinha uma luz, vai ajeitando ela, e eu comecei no final de 2015, a reforma dela e em 2018 fomos convidados. Eu sinto isso que ela estava ali me mostrando, vai fazendo, vou precisar dela, e em 2019, começou essa nova história da Vinícola de hospedar peregrinos. Então Nossa Senhora está aqui com a gente e com todos os peregrinos, é uma grande alegria estar realizando esse trabalho”, conta.

Colombo revela que fez uma enquete com algumas pessoas e muitos lhe orientaram preservar a história da família, no entanto, outros aconselharam derrubar e dar novo destino ao imóvel com mais de 100 anos. “A final, a coisa melhor que eu fiz foi preservar, porque tem a história do meu avô que teve 13 filhos, depois meu pai que deu continuidade. Então tem a história da família Colombo que está ali preservada com a casa, estamos utilizando ela para hospedar os peregrinos e outras famílias que vem até aqui”, recorda.

Antônio conta também que antes de entrar no projeto, a família pouco visitava a propriedade, a não ser ele próprio que sempre desenvolveu suas atividades na vinícola. Agora, os filhos visitam quase todos os fins de semana, promovem festas e encontros e até ajudam na Cantina. A Vinícola é uma das sócias da Associacão Farroupilhense de Produtores de Vinhos, Espumantes, Sucos e Derivados (Afavin), desde o início de sua criação, há 20 anos, e participa anualmente do Festival do Moscatel e da Seleção de  Vinhos de Farroupilha.

O olhar agora da família Colombo é para os próximos meses, com o retorno dos peregrinos nos Caminhos de Caravaggio, afastados devidos as enchentes de maio, cujo percurso de 200 quilômetro de Canela a Farroupilha, sofreu abalos com deslizamentos, quedas de pontes e avarias de estradas.

Patrocinadores

  • LNF LATINO AMERICANA – Atua nas indústrias de álcool de combustível e potável, açúcar, cerveja, sucos e nutrição através da Kera. – Telefone (54) 2521-3124
  • LIVRARIA E PAPELARIA PARANÁ – Livros, brinquedos, material de escritório e tudo em material escolar. Rua Júlio de Castilhos, 734, telefone 32613667 em Farroupilha.
  • COOPERVIL – completa linha de insumos e defensivos agrícolas para a agricultura com orientação técnica – Rua Egídio Zamboni , 277 – telefone 32689373.
  • COSTI Comércio de Tintas – tradição e qualidade em tintas em Farroupilha. Na Júlio, 593. Fone 32683681

Galeria de fotos: José Theodoro e Rafaela Vargas

Escrito em 10/10/2024
Zé Theodoro